sábado, 3 de julho de 2010

Deprimida...

... É assim que estou! Não, não quero tomar remédios, não quero ir para terapia nenhuma, não quero dinheiro... Quero minha vida de volta! Quando foi que tudo isso começou? Quando foi que minha vida degringolou que eu não vi! Tenho a impressão de que não vivi nada nestes últimos anos. Minha cabeça quer apagar tudo, porque lembranças doem. Lembranças tristes doem, lembranças felizes doem.
Medo... Tenho sentido muito medo! Medo da hora H. Medo de estar sozinha quando entrar em trabalho de parto. Medo de estar sozinha num hospital. Medo de ter medo de parir. Medo de amarelar e pedir uma cesárea. Medo dessa falta de apoio. Medo de acordar de manhã e ver que tudo está assim, que não foi só um sonho. Que realmente sou carta fora do baralho e TENHO que aceitar com um sorriso no rosto. Medo das marcas que deixei ontem quando minha filha me viu chorar no chuveiro e tentou argumentar sobre tristeza, aos 4 anos de idade! Medo de todos os traumas que minha Alice vai carregar pela gestação infernal que ela passou. Medo de perder o controle e fazer coisas que poderei me arrepender mais tarde.
Eu só queria voltar a ser a mãe que ama ver a filha sorrir. Que ama quando a filha chega na cama de manhã com um sorriso lindo e diz "Mãe, faz meu café?". A mãe que juntava todos os brinquedos feliz porque a filha brincou muito e não fica com raiva por ter que juntar brinquedos. A mãe que conversava sem mágoas ou rancores com as filhas. Que cantava coisas felizes e não se prendia a letras depressivas que a fazem lembrar o inferno que a vida dela está.
Eu só queria minha vida de volta! Só isso... Porque sinto que ela me foi tirada, arrancada de mim sem dó. Como posso cuidar das minhas filhas se eu estou perdida, não sei mais quem eu sou, não tenho nada e nem sei por onde começar! Tenho que seguir, mas meu corpo não responde. Minha cabeça não pensa. Chorar é tão bom, mas não o tempo todo! Me olho no espelho e me vejo deformada, inchada, vermelha... Estou cansada, cansada de ouvir que tenho que pensar na Alice, porque não posso pensar em mim. Ninguém pensa em mim? Em como me sinto? "Tem que arrumar o quartinho!" "Tem que pegar o berço!" "Tem que...". Eu tenho que ficar bem, antes de tudo isso! Não estou bem para pensar em quartinho, pintura, arrumação! Porque eu não posso sofrer? Porque as coisas não podem acontecer ao MEU tempo? Porque tudo e todos estão à minha frente. Eu estou triste, eu estou sofrendo muito! Não quero mais ter que dizer para todos que está tudo bem. Não está!
Sei que não sou mais uma menina, mas preciso de colo, carinho, atenção! Porque quem está pagando não sou só eu. Minhas filhas sentem e sofrem, junto comigo! Eu só queria pegar as duas e sumir, cair no mundo sem olhar para trás, sem culpas, só nós três! Ninguém que nos machuque, que nos magoe, humilhe ou faça sofrer!
Eu só quero voltar a erguer a cabeça e olhar nos olhos da minha filha, sorrir sinceramente e dizer que a amo mais que tudo na minha vida! Eu só quero poder fazer isso sem ter que correr para o quarto chorar depois!
Eu quero minha vida de volta...

4 comentários:

  1. Ô, Lu, fica assim, não, moça. Eu sei que o momento é delicado, mas se precisar, peça ajuda. Ninguém consegue nem precisa fazer tudo sozinho.
    Não sei se te ajudo falando assim, mas em vez de querer sua vida de volta que tal criar uma novinha em folha do jeitinho que você quer e merece?? :o)
    Um beijo carinhoso

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  2. Lu, não sei da sua história, cheguei aqui faz pouquinho tempo, mas já gosto de você. Entendo você, tudo o que você está passando e não te julgo, o início da minha gravidez não foram flores e tem dias que ainda não é... mas por você, não pelas suas filhas, nem por mais ninguém, é preciso reagir, não espere pelo tempo e se quiser ler: http://preservandomemorias.blogspot.com/2010/07/tempo.html O tempo está dentro de nós, e só nós podemos nos curar, melhorar quem somos e fazer as mudanças que precisamos. Sei que não é fácil, mas vc tem dentro de vc a maior das promessas de felicidade que se pode ter. Por mais difícil que seja, sempre há uma saída e uma solução, mas é preciso que vc mude também sua forma de ver as coisas, te digo isso com o maior carinho de quem vem de uma situação tbm muito delicada, embora não possa explicar. E o mundo como disse na postagem do Gestando sonhos, não é maternal e você tem que ser a primeira a se importar com você mesma, não se cobre tanto, não se questione tanto... te digo com propriedade que não vale á pena. Se precisar de ajuda, sabe que pode contar comigo, nem que seja prá conversar ;o) Beijocas.

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  3. oi lu, sabe que estou tipo mais ou menos assim: vendemos tudo e fomos pra portugal, larguei o emprego, vendi tudinho e tudo que nós 3 temos são malas de roupas. Valeu super a pena a temporada lá, mas agora voltamos sem absolutamente nada, nem casa, nem carro, nem emprego, nenhum dinheiro... estamos pingando de casa em casa dependendo de 1 real pro onibus... realmente é muito chato! as vezes escutos umas ironias tb... tb preciso comprar calçinhas, af
    mas TUDO passa! vc vai ganhar a alice...
    mina sobrinha nasceu ontem
    bj no coração

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  4. oi querida começamos a nos falar faz pouco pelo twitter...não sei como começou essa tua depre, mas espero que passa logo, ate porque tu esta gravida da Alice...sei que as vezes a vida de mulher, dona de casa, mãe, trabalhadora e ai vai, somos 1001 utilidades, cansa e temos vontade de chutar o pau da barraca, mas pensa na tuas filhotas e volte a ser uma mulher forte e determinada pelo que li no post, é essa mulher que elas vão precisar...fica com Deus e volte logo...bjs!!!

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