sexta-feira, 29 de julho de 2011

1 ano depois...


Hoje amanheceu um lindo dia de inverno. Sol forte, céu azul, perfeito. Como há um ano atrás!
Todos sempre me diziam que o segundo filho era mais fácil, que nada era tão assustador quanto o primeiro filho, quando tudo é novidade.
Há um ano, morria uma Luciana fraca, cheia de medos, que se intimidava com o menor comentário negativo, desacreditada, cheia de dúvidas.
Há um ano, renasci.
Forte, segura, mulher! Mudei muito sim, graças a uma gestação diferente do que eu havia sonhado, graças a pessoas que se revelaram, graças a um parto que não aconteceu, graças a um serzindo que abalou minha vida completamente!
Porque Alice chegou para me mostrar que não existem padrões quando falamos em filhos, chegou para me mostrar que não importa o quanto estejamos cansados, descabelados, irritados, o amor é a única forma de agüentar todos os perrengues da vida, todas as noites mal (não) dormidas, todas as atitudes não esperadas, todos os choros desesperados… O amor me fez seguir por esse ano. O amor que aprendi a sentir por mim, o amor que fortaleci por aqueles que me inspiram.
Alice, com seu olhar delicado mas penetrante, que nos impede de desviar o olhar dela, me mostrou que tudo posso, que ninguém pode mais em minha vida do que eu.
Alice foi a lição que a vida me deu, uma lição difícil de ser feita, uma lição que nenhuma fórmula pronta servia para resolver, uma lição cheia de "morais da história", uma lição que nunca acabarei!
Um bebê especial, com muitas necessidades especiais, que fez minha vida muito mais especial. Um bebê que aceitou desde a barriga, ser minha cúmplice. Que me acompanha em TODOS os lugares, que compartilha do meu (mau) humor, das minhas alegrias, dos meus sentimentos mais profundos. Que me alegra e emociona com seu sorriso quase banguela, que me faz chorar de emoção com seu olhar brilhante de encantamento com as graças da irmã e que abala todos os meus dias de mãe. Nada é fácil com ela, mas ao mesmo tempo tudo flui com ela. Essa é nossa conexão eterna!
Há um ano eu renascia!
Obrigada minha pequena, obrigada por ser minha filha!
Te amo mais que tudo em minha vida!

domingo, 17 de julho de 2011

Pressão...

Sorry pessoas pelo sumiço!
Mas minha vida anda a mil por hora, e hoje resolvi que iria desabafar por aqui!
Sabe aquela angustia, dor no peito, dificuldade para respirar que dá quando estamos sufocados com tantos acontecimentos, tantas pressões? Estou assim. No nível de dormir mal, não ter fome, vontade de chorar e tudo o mais!
Sim, acompanhado de uma TPM daquelas, de bebê que sente tudo isso e acorda três vezes a noite para mamar, saudade do marido que está longe... Ai, ai... É a vida!
Mas tem acontecido muita coisa na minha vida. Não diria coisas ruins, mas diria fortes, aprendizados difíceis...
Sabe quando você fica de saco cheio de todas as pessoas darem palpite na sua vida. Tá, pode ser por bem (ou não), mas chega aquele momento em que você respira, conta até dez e pensa "Não vou xingar!" e solta um sereno "não!". Já não sei mais de onde tirar forças para o sereno "Não!"
É uma implicância com a Dani porque é difícil para comer. E aí que ela é só a menina que não come. Que todos querem que passe o dia todo comendo "Agora uma maçã, agora isso, comeu tudo, quer o que agora?". Raras vezes "Como está a escola?" ou "Do que você gosta de brincar!". sempre tudo voltado a comida. E sabe quando você sente que daqui há uns anos terá uma filha dopada de remédios para tratar um transtorno alimentar, tudo por conta dessa pressão? Ela fica ansiosa em ter que comer na frente dos outros para agradar. E associa ser linda e querida a comer tudo. Pode?
Eu fico arrasada com isso. As pessoas não tem o menor senso em lidar com ela. Ela é super sensível, fica magoada com muita coisa e ainda tem que aguentar essa pressão. E tem apenas 5 anos.
Juro, não sei mais como lidar com isso. Uma vontade louca de pegar as duas e sumir no mundo. Ir para onde ninguém saiba que ela é difícil de comer, onde ninguém saiba que a Alice é super apegada a mim e chora quando se sente sozinha, onde a Alice não seja a chorona e a Daniela não seja a que não come. Ir pra onde elas sejam apenas a Daniela e a Alice. Sem rótulos, sem implicâncias, sem cometários sarcásticos sobre elas.
Aí, vou fazer visitas já esperando as tiradas, o entrouxamento de comida na Dani, o "Nossa, a Alice está calminha hoje!", ou "ela tá com fome, ela tá com sono, tá com a fralda suja..."... Alô, a filha é minha, sei se ela está suja, ou com fome ou com sono. E se for, eu resolvo!
Tudo o que eu falo é digno de um cometário maldoso, sempre insinuando que não sei o que é certo ou melhor para elas. Sempre um mal agoro, "Ela vai ficar doente, ela vai isso, ela vai aquilo!"...
E, para completar, tenho vivido um momento horrível, chegou a hora de entender que pai e mãe não são eternos. Meu pai anda super mal, com um problema grave e irreversível de saúde. Meu pai sempre foi meu ídolo, meu colo, meu porto seguro. Sempre que fico triste, chateada é para ele que corro. Ele não julga minhas meninas, sempre quer ser o vôzão (tudo bem que na forma de chocolates, balas e mimos!), mas não implica, "não quer mais Dani, então deixe!", não fica chantageando ela do tipo "Ah, mas se não comer tudo, não isso!" ou, "Olhe que lindo, fulano comeu tudo!". Se ele vê que Alice está naqueles dias em que chora muito, nem tenta pegar. segundo ele "Ah, ela grita que dá vontade de jogar fora!" RSRSRRS. E estou aqui, desesperada, pensando que não sei quem eu vou ser sem ele. Que pode ser daqui a uns dias, meses ou anos, mas um dia ele vai faltar! E aí? Quando eu precisar de um colo ou de uma bronca, quem vai dar?
Pois é, tem sido bem difícil! Tudo ao mesmo tempo!
E agora fico aqui, me perguntando o que fazer? Como proteger minhas meninas de tudo isso? Até onde as pessoas tem o direito de atormentar nossa vida? Até onde eu tenho que suportar isso? Até quando vou suportar isso?
Será que um dia respeitarão meus direitos? Vou deixar de ser o monstro que não dá de comer, que não cuida, que só tem defeitos e vou ter o direito de errar? O direito de chorar? O direito de mandar tudo à merda e sumir por um dia?


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