#InfânciaSemRacismo, essa é a tag usada para identificar as discussões via Twitter sobre a semana de combate ao racismo. E, como mãe e cidadã, me senti na obrigação de participar da Blogagem coletiva que a Ceila nos convocou! E, confesso que o tema "preconceito" mexe comigo de uma forma muito pessoal enquanto mãe.
Deixo aqui meu relato como forma de combate ao preconceito na infância!
Quando a Dani tinha dois aninhos, a colocamos em uma escolinha que se dizia construtivista. A Dani sempre foi um bebê com um tempo diferente da maioria. Até seus dentinhos demoraram a aparacer (o primeiro estourou aos 11 meses). Enfim, ela é assim! E, comecei a me incomodar com alguns comentários da professora. "A Dani é introspectiva!", "A Dani não faz o que pedimos nas atividades (aos 2 anos?!)", "A Dani não interage!"... As atividades sempre vinham para casa com alguma observação: "Mamãe, a Daniela não quis ligar o coelho na cenoura!", "Mamãe, a Daniela não quis colar algodão nas nuvens!"...
Um dia a professora deixou escapar que ela não participava da educação física porque ia de crocs para a escola (ela transpira muito no pézinho e tem muitas frieiras). Fui na escola e questionei a pedagoga sobre o caráter das "aulas de educação física, que até onde eu sabia, na idade dela, não tinham caráter competitivo e sim lúdico. A pedagoga disse que não sabia do afastamento dela. Depois veio me informar que o motivo principal para o afastamento das aulas era o sopro que ela tinha no coração. Fiquei indignada, pois no início das aulas, levamos na escola um laudo da cardiologista dela informando que ela DEVERIA participar de todas as atividades esportivas. Fiquei muito triste em imaginar a minha filha sentadinha na quadra, olhando os amigos brincarem por que estava de crocs ou porque tinha sopro no coração.
Outras situação muito chatas aconteceram. Mas a gota d'água foi no dia da Bandeira. Ela veio feliz da vida com sua bandeirinha pintada, balançando de um lado para outro. Eis que reparei que atrás da bandeira estava escrito "Mamãe, a Daniela só pintou a bandeira porque eu segurei na mão dela!"...
Ãh? Hein? Como?
Imaginem uma leoa tendo seu filhote ameaçado por um outro animal. Foi assim que fiquei. Rodei a baiana, dei um chilique, enviei uma carta para a escola e minha filha NUNCA MAIS pisou lá.
Fiquei imaginando que aquela frase era só uma gota, imaginei o quanto de terrorismo foi feito com ela por não querer pintar a bandeira. Eu preferia que a bandeira viesse em branco. Minha filha foi agredida (porque forçar ela a pintar a bandeira na minha opinião foi uma agressão!) além de toda discriminação que já tinha sofrido. Sofri muito, chorei muito. eu tinha escolhido aquela escola para ela. Ela não curtia ir para a escola e agia daquela forma como uma auto-proteção.
Foram muitos rótulos que colocaram nela. Foram muitos desenhos com julgamentos. Foram muitas avaliações a taxando de apática e introspectiva.
Mudamos de escola (ela passou dois anos em uma escola Waldorf) e mudou da água para o vinho! Em uma semana! Ela era respeitada! Como todas as crianças, como todas as pessoas do mundo, ela era diferente, e tudo bem ser diferente! Porque ninguém é igual! Ninguém pensa igual! E viva as diferenças!
Bora lá pessoal, participar dessa ação proposta pela Unicef de combate ao preconceito na infância! Vamos proteger nossas crianças! Vamos proteger nosso futuro!
Beijos
Nossa,Lu,pesado isso né...uma viz li um post sobre arte infantil,que ñ tem essa de desenho de criança ter que escolher o mais bonito,cada um tem uma forma de demonstrar sua arte,seus sentimentos.E uma criança d 2 anos precisa que alguem segure na sua mão sim,tem q ir pra escola pra se divertir e ñ pra ser a melhor...imagino como vcs sofreram...e como vc bem destacou cada crianças tem seu tempo,não podemos comparar nem os irmãos(coisa q acabamos fazendo),cada um tem seu jeito e sua forma e nem por isso deve ser discriminado ou taxado.Valeu por ter aderido.Bjks!Rogéria Thompson
ResponderExcluirNossa, Lu... que coisa ruim! Falta de cuidado dessa escola, hein?! Acho q a gente sempre tem medo de como vão cuidar dos nossos filhos qndo vão pra escola exatamente por isso: cada um tem seu tempo. Professor que não entende isso é complicado! Ainda bem que vc encontrou outra escola que respeita o tempo da Dani!!
ResponderExcluirNós, mães, ensinamos as crianças a respeitar diferenças. O problema são adultos já preconceituosos, que não conseguem distinguir e respeitar...
Um beijo!
Oi... conheci seu blog pelo desabafo de mãe.
ResponderExcluirFiquei indignada com essa historia! Hj qdo eu for buscar meu filho na creche vou perguntar o que eles fazem qdo a criança não participa das atividades...
Que bom q deu td certo com a nova escola!
Bjus até mais.
http://kenjieafins.blogspot.com